Alerta: bebidas adulteradas com metanol estão causando cegueira e mortes…
Casos de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol têm gerado surtos de cegueira e até mortes. Entenda os riscos, sintomas e como se proteger desse perigo invisível.
O perigo escondido no copo
O brasileiro sempre teve o hábito de reunir a família e os amigos em torno de uma bebida — seja a tradicional cachaça artesanal, a cerveja no bar da esquina ou um licor caseiro feito pela vó. Porém, um inimigo silencioso tem rondado esses costumes: o metanol, também chamado de álcool metílico.
Ao contrário do etanol (álcool comum nas bebidas), o metanol é altamente tóxico para o corpo humano. Quando ingerido, ele é convertido em substâncias que atacam o sistema nervoso e a visão, podendo causar cegueira irreversível e até a morte.
Sintomas da intoxicação por metanol
O problema é que os sinais iniciais podem se confundir com uma simples ressaca. Mas fique atento, pois eles evoluem rapidamente:
- Náusea, vômito e dor abdominal.
- Tontura e dor de cabeça intensa.
- Visão borrada, pontos pretos ou perda total da visão.
- Falta de coordenação, confusão mental e respiração acelerada.
Esses sintomas aparecem geralmente entre 12 a 48 horas após a ingestão. O tempo de espera pode enganar — a pessoa acha que está bem, mas quando os efeitos surgem já pode ser tarde demais.
Casos recentes preocupam autoridades
Nos últimos meses, autoridades de saúde no Brasil e em outros países relataram surtos de intoxicação por metanol. Em algumas regiões, bebidas falsificadas e sem registro sanitário foram vendidas em bares e festas clandestinas.
As consequências foram graves: internações em massa, casos de cegueira e dezenas de mortes. Esse tipo de tragédia se repete quando a fiscalização falha e quando consumidores ignoram sinais de alerta, como preço muito baixo e garrafas sem rótulo ou selo fiscal.
O que fazer em caso de suspeita
A primeira regra é não esperar os sintomas piorarem. Ao menor sinal de intoxicação, o correto é procurar imediatamente um hospital e informar que houve ingestão de bebida suspeita.
O tratamento pode incluir:
- Administração de antídotos específicos (como fomepizol ou etanol em dose controlada).
- Internação em UTI para monitoramento.
- Em casos graves, hemodiálise para eliminar rapidamente o metanol do organismo.
Cada minuto é precioso. Quanto mais rápido a pessoa receber atendimento, maiores as chances de evitar sequelas permanentes.
Como se proteger do risco
Aqui vale o bom senso, aquele conselho antigo dos mais velhos que nunca perde a validade:
- Compre apenas em locais confiáveis – supermercados, distribuidoras conhecidas, bares regulamentados.
- Desconfie de preços baixos demais – a bebida pode ser adulterada ou falsificada.
- Verifique o selo fiscal – no Brasil, garrafas de bebidas alcoólicas precisam do lacre oficial.
- Nunca aceite bebidas em garrafas abertas – principalmente em festas ou eventos informais.
- Prefira marcas conhecidas – bebidas sem rótulo ou de procedência duvidosa são sempre um risco.
Tradição e responsabilidade caminham juntas
Preparar uma bebida caseira faz parte da nossa cultura. Quem nunca experimentou um licor artesanal ou uma batidinha feita em casa? Mas tradição não pode andar de mãos dadas com o perigo. Se for produzir em casa:
- Use apenas insumos confiáveis.
- Nunca substitua álcool etílico próprio para consumo por solventes ou produtos industriais.
- Informe quem consome sobre a origem da bebida.
- Rotule corretamente suas garrafas.
Assim, é possível manter viva a tradição sem colocar em risco a saúde da família e da comunidade.
Conclusão
O metanol é invisível, não altera o sabor da bebida, mas pode destruir vidas em poucas horas. A melhor arma contra ele é a informação. Compartilhar alertas, orientar vizinhos e reforçar a importância de comprar apenas bebidas seguras é um gesto de cuidado coletivo.
Em tempos de incerteza, nada substitui a prudência. Afinal, como já dizia o ditado: “É melhor prevenir do que remediar.”